segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Sol de Inverno

Hoje, como todos os dias, acordei.
Um belo espreguiçar, um olhar a todas as janelas para admirar o tempo na minha pacata cidade, um exemplar dia de inverno, um céu azul que não se encontra em todo o lado, invejável. Um sol resplandecente e, no entanto, sem o sentir fisicamente era-me possível sentir o frio psicologicamente.
O ritual matinal quebra as minhas deambulações neste primeiro dia de Fevereiro, há que preparar-me, não para gozar o glorioso dia, mas para me encerrar quase oito horas num estabelecimento, não muito longe de um estabelecimento prisional. A próxima hora repleta de banalidades, esfregar e escovar, muito resumidamente.
Na viagem de carro para aquele destino tão indesejado, em conversa com o meu pai, concluímos que um dia destes era merecedor de reconhecimento simplesmente partir para o fazer, mas para onde? Será que interessa mesmo? Só o partir já seria importante.
Não, não o fizemos, as obrigações ganharam esta batalha de titãs e como boas formigas trabalhadoras, seguimos o carreirinho e transportamos o nosso miolo de pão. E agora, ao fim do dia, quando o arrependimento me assola, penso e se naquele momento tivéssemos seguido o exemplo de Z o protagonista de "Antz Formiga Z"? Parássemos de seguir o carreiro? Como teria sido o meu dia? Imagino-me numa viagem a tentar alcançar o sol, parar quando quiséssemos parar, comer quando quiséssemos comer, dormir quando quiséssemos dormir, sem obrigações nem nervosismos, simplesmente aproveitar os cenários que este mundo nos proporciona, dormir sob as estrelas, longe das grandes metrópoles, longe do barulho, do fumo!
Quando é que poderei trocar este pesadelo suportável por um sonho arrebatador? Quando...?
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2 comentários:

  1. hm.. até fiquei com um sorriso na cara :)

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  2. À 1ª vista pode parecer pessimista...
    Só depois me apercebi que me identifico muito

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