sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

I'm not dead...yet

A aceitação da morte é um processo que todos enfrentamos nas nossas vidas. Desde cedo somos confrontados com alusões à única certeza que há neste mundo, ou porque vemos na televisão, ou porque ouvimos numa história de embalar, ou que é o pior ocorre a alguém que nos é próximo, ou ainda mais arrasador acontece-nos! Não posso falar por outros mas, por enquanto, posso falar por mim. O pânico da morte era frequente na minha infância, não sei porquê, só sei que era uma realidade, desatar a chorar por pensar que um dia tudo isto ia acabar...contar pelos pequenos dedos das minhas pequenas mãos a minha idade e reconfortar-me com a ideia de que ainda "faltava muito". Hoje que cresci um pouquinho já estou mais conformada com a questão, apesar de continuar com uma dúvida na minha mente: porquê darem-nos algo que é tão especial como a vida, uma dádiva, para depois de um momento para o outro e maior parte das vezes sem justiça nos tirarem tudo?! Depois de ler as Intermitências da Morte entendi que a vida sem morte era um caos e na verdade o que parece um trabalho tão ingrato é tanto uma dádiva como a vida! Imaginem-se a viver para sempre, sim podiam ver o mundo inteiro, podiam ter os empregos que quisessem...então mas também tinham que viver dia-a-dia com a desgraça, para sempre ver a desgraça, a pobreza, a fome e viver com uma população que não pararia de aumentar aumentar aumentar até nos auto destruirmos! Portanto não amaldiçoemos a finitude antes que sejamos julgados pelo eterno...ah e algo importante em relação à pobre morte: "A propósito, não resistiremos a recordar que a morte, por si mesma, sozinha, sem qualquer ajuda externa, sempre matou muito menos que o homem." (As Intermitências da morte de José Saramago)




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